quinta-feira, 17 de junho de 2010

Exagerado.

    Todo o erro que brota de uma infantilidade rasga sem saber ao menos a direção do corte. O esquerdo e o direito podem ser definidos por um sinal no braço, da mesma forma que o acaso pode se tornar um inferno perseguidor e inigualável.
   Todo um crime, manipulado friamente pelas horas gastas em suspiros. Fluía, sem timidez alguma de parecer plausível, as loucuras mais insanas e dementes contrastavam com a sutileza e simplicidade do olhar impero de uma criança. Um poeta intimidador que almejava o amor acima de tudo.
  O assassino da tranqüilidade despertou a delinqüência óbvia de alguém que estava repousando seus sentimentos. A vítima dançava alegremente enquanto destilava toda a poesia que envolvia seu olhar distraído.   Erguesse um labirinto de cogitações da autoria secreta de um bilhete com o seguinte dizer: “QUINTO ELEMENTO”.
   Os pés começaram a queimar, enquanto todos dançavam de curiosidade nas primeiras acusações. No exato momento a mandíbula do assassino a quilômetros de distância estalou. Era a prévia da tortura espelhada.
   Entenda sua displicência, admire sua capacidade de admitir os fatos para poupar boatos, mas jamais o humilhe. Condene sua atitude, repudie tudo o que ele falou, mas não desvalorize as suas palavras. Não seja ignorante a ponto de tachá-lo de baixo, pois se todos os baixos fossem capazes do que ele foi alguns acertos surgiriam dos erros.
   Veja no fundo dos seus olhos se for capaz! Analise cada passo. Calculando todas as informações que passaram pela sua cabeça. Seja com as palavras o que um matemático é com um problema, resolva-o. Resolva-o como um poeta, um matemático de palavras, que ainda não possui calculadora para calcular as proporções que um cálculo poético mal direcionado ou aplicado pode causar.
   Em gruídos de raiva a opressão lança seu peso nas costas do cavaleiro de armadura negra. Ele não tirou seu capacete, pois nunca usou nenhum. Não se despiu da armadura, por que ela nunca existiu. Não foi preciso arrancar-lhe a mascara imaginaria, ela escorregou pelo seu rosto através das lágrimas do assassino, assassino este, assassinado.

Sequestradores de sonhos

Sequestradores de sonhos - Um anjo chamado Ezequiel.


   Eu vivo preso na língua de um dragão, deixando todo o meu fogo parecer plausível e meu corpo virar brasa, inútil e desprezível. Tenho olhos negros e lábios pequenos, uma simetria comum, assombrada por um espírito derrotado.
   Fantasmas não me assustam mais, estou cansado de velos dançando enrolados nas cortinas brancas de seda ao som dos assovios do vento. Onde no outono criaturas com belezas insanas e olhos devoradores, pulam de galho em galho, para verem jovens repousarem em seus quartos.
  O primeiro dia de outono do ano acorda com folhas secas pelo chão, logo molhadas pelas lágrimas dos anjos, que descem a terra para proteger seus encaminhados. A árvore ao lado do meu quarto encontrar-se nua, definitivamente ELES VOLTARAM.
   São seres desconhecidos, com aparência serena, mas que possuem uma chama grifada à sua pele. Jogam roleta russa sem adrenalina, pois não possuem medo de morrer, eles já estão mortos. Não sentem saudade de viver, eles apenas querem dormir, eles precisam voltar a sonhar.
   Uma permissão a mim foi concedida, um presente raro. Uma luz foi colocada nos meus olhos enquanto eu sonhava que voava sobre a minha própria cabeça, três vezes menor do que sou. Eu o conheci através de meus sonhos, meu amigo imaginário, o fantasma do sono ou um vampiro ironizado, como queiram.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Desnorteio.

O que você faria se estivesse convicto da veracidade do fato, do sentimento, do ato, mas estivesse com medo, um medo exato. Os olhos se matem atraídos, frente a frente. Vinte metros se tornam centímetros de aproximação, tua retina covarde engole a minha.

Um chá de camomila em uma xícara de porcelana, com uma colher de pimenta vermelha, um fogo mergulhado na calmaria, esquentado a boca em goles de atrevimento.

Não deveria ter tropeçado no meu sonho e ter caído com o peito em cima de uma agulha, onde uma pontinha minúscula perfurou meu coração, mais tarde o rasgo foi aumentando e eu nem percebi, quando me vi sem medo de morrer por amor, lembrei que tudo começou com um detalhe.

Hoje grito na cara da irrelevância que como eu caio eu levanto, por que eu posso estar cheirando fracasso, mas continuo batendo meus pés em ritmo acelerado e respingando merda pra tudo quando é lado. Pra mim continua sendo uma piscina de bolinhas coloridas.

Eu acabei de quebrar o romantismo das minhas palavras, eu me apaixonei, depois eu detalhei, depois eu sofri, depois eu me irritei, depois eu esculachei, e depois eu virei mais uma, e agora eu quero você aqui...