Solicito permissão para celebrar a impunidade do brilho dos meus olhos em sintonia perfeita aos meus lábios abrindo um sorriso ostentoso veridicamente saudável, original e sincero. Aproveito para sorrir pela menina de dez anos que perdeu o dente da frente, pelo avô que só recebeu um abraço de seu neto quando deitado em uma cama de hospital, pelos espinhos de uma rosa que são tidos como criminosos, mas confiam à rosa amor eterno.

Cantamos sorrindo em simetria ao tom suave da voz alegre a qual empolga a freqüência cardíaca, que nos faz esvanecer em delicado enfarte de gargalhadas. Reforçando que o que sentimos é assimetricamente relacionado a tudo que não vemos.
Usamos mascaras de oxigênio para tolerar o ar pesado do homem que forceja para cavar sua própria sepultura, comandamos uma orquestra inteira de gargalhadas que apesar de serem ruídos cantam mais alto que pedaços de papeis pintados de verde.
Façamos uma fuga não planejada para a terra dos beijos que adormecem e que despertam sem serem mencionados e inconvenientes, onde as árvores são azuis por que não se importam em serem diferentes e o algodão doce é colorido e abundante no céu. Apagamos a lamúria, rejeitamos a esmola sentimental e reciclamos o nosso amor, que foi embora junto ao papel amassado com nossos nomes.
Pagamos o preço mínimo para ser felizes, vivemos e isso é o bastante para sanar os sonhos impetuosos que dissimulam o cotidiano moral da sociedade que esta toda errada, pois se diz social. Misturamos a política nacional e internacional à interna, a nossa.

Uma legião de vampiros reformulados com sangue negro amedronta sonhos quase repulsantes para uma eterna adolescência sobre carregada pela preocupação de acordar ainda vivo do pesadelo, sabendo que é intolerável sonhar mais uma vez com o doce vilão.