Ele tinha medo do escuro quando era pequeno, resolveu acender a luz.
Conseguia imaginar tantas formas no teto. Sim, aquelas manchinhas na madeira.
Ele era muito esperto, talvez mais do que é agora, mas um dia ele conheceu uma garotinha e pra ela jurou amor eterno, naquela época a eternidade era um dia, mais a pureza era imprescindível. Ele foi embora, ela ficou.
O amor foi pro espaço, e ao longo dos anos ele pensava ter encontrado o amor em todas que lhe arrancassem um suspiro. E todas como a primeira tentativa foram pro espaço.
Ele não sabia cantar, mas encantava pela vontade de flertar o improvável e amar o imprevisível, via na poesia uma trupe de sentimentos provavelmente fatais se tomasse o destino correto.
Era apreensivo em seus planos, e muitas vezes inocentemente acabava se precipitando e tudo aquilo que imaginou quando pôs a cabeça no travesseiro também foi pro espaço.
Muitas vezes chegou a pensar que ou seus vizinhos eram de marte ou ele mesmo era de lá, pois seres tão diferentes viviam lado a lado. Condenava a filha mais velha do casal do lado por ouvir música muito alta, mas perdia as contas de quantas vezes se excedia no banho por não acabar de cantar a música preferida, trocando o microfone pelo shampoo.
Seu sonho era diferente, suas idéias contradiziam sua idade. Todos tinham planos, suas futuras profissões, mas nenhuma como a dele, nada de astronauta ou cientista, ele queria ser ladrão.Sim, algo insano para uma criança, mas vamos discutir,estamos tratando de um futuro ladrão, o qual nunca fora preso, pois o seu maior crime varia do roubo de um beijo ao seqüestro de um coração.
O fato é que ele sabia de tudo que se passava dentro de seu coração, e sabendo disso ele resumia que deveria viver mais de mil anos como criança, pois só assim inocente em seus desejos saberia administrar as dividas e as dúvidas do amor, ou os plágios que sua consciência acusava. Tinha como esporte e adoração brincar com as palavras falando a verdade, muitas vezes era tido como mais um irônico, sarcástico, tentando arrancar um sorriso com uma piada velha com novas caras, mas acabava rindo sozinho, pois só ele entendia.
Ele tinha algumas amigas, amigos não, por que temia que outro homem tomasse conhecimento de suas idéias, tinha medo de deixar de ser único em todos os sentidos.
Gostava de azul, mas adorava quando havia chuva, em seu universo paralelo aos outros a chuva seria lágrimas derramadas por amor, tudo que dizia respeito a esse sentimento mesmo que triste, lhe trazia a sinceridade, virtude que levara pra vida toda como uma das mais importantes.
Em seu mundo sincero, ele era o super sincero, mesmo que com cinco dedos na cara, assim seria o super sincero que levou um tapa na cara. Era admirado por não economizar palavras pra falar dos outros, mas tinha uma certa inimizade com o lápis quando questionado o seu eu. Seus defeitos eram artigos para serem criados e citados por outro espertalhão que teria cacife para julgá-lo.
Em cada frase sua,uma lembrança minha lembra ao coração que te conheço tanto e tão pouco! Ainda me surpreende!BeeijO³ pessOa! ♥
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